domingo, 4 de abril de 2010

Belo Monte: Entre o Tradicional e o Capital


O Centro Acadêmico de Geografia do IFPA organizou no ultimo dia 26/03/2010 uma mesa de discussão com a temática Belo Monte: entre o tradicional e o capital.

Esta atividade organizada pelo CAGE teve o intutito de receber os calouros e adentrá-los juntamente com os veteranos do curso de Geografia da instituição e outros participantes numa atual e importante discussão sobre o projeto de construção da Usina de Belo Monte, um tema que precisa muito ser discutido e melhor esclarecido a toda sociedade.
Nesta mesa estiveram presentes Dion Monteiro representante do Comitê Metropolitano do Movimento Xingu Vivo pra sempre, Andréa Motta Coordenadora da Consultoria Jurídica da Secretaria de Meio Ambiente, Gilson Pantoja graduando em Geografia pela UFPA, e mediada por Pedro Silva Coordenador Geral do Centro Acadêmico de Geografia do IFPA-Gestão 2010.
Foi apresentado e discutido o atual estágio do projeto de construção da Usina Hidrelétrica de Belo monte que obteve recentemente o aval do IBAMA, através de licença prévia.
Andréa Motta, fez um apanhado histórico sobre a construção das leis de Licenciamento ambiental no país, comentando inclusive sobre o processo de licenciamento ambiental da construção da usina. Esta Licença-prévia do IBAMA que é denunciada pelo Movimento social, representado na mesa por Dion Monteiro, como anti-democrático: "as audiências públicas não tiveram condições para participação popular, especialmente das populações tradicionais e indígenas, as mais afetadas. O MME, o IBAMA e o governo federal violaram direitos humanos ao não realizarem as Oitivas (consultas) Indígenas, obrigatórias pela legislação brasileira e pela Convenção 169 da OIT, que garantem aos indígenas o direito de serem informados sobre os impactos da obra e de terem sua opinião ouvida e respeitada. A UHE Belo Monte é uma obra faraônica que gera pouca energia. A quantidade de matéria a ser utilizada na construção de canais é comparável ao canal do Panamá. O projeto geraria apenas 39% dos 11.181 MW de potência divulgados, devido à grande variação da vazão do rio", denuncia o Movimento.
Além disto, Impactos irreversíveis na fauna, na flora e na biodiversidade da região são destacados pelos especialistas que analisaram o Estudo de Impacto Ambiental. A sobrevivência dos 24 grupos indígenas que dependem do rio Xingu estará em risco com a extinção ou diminuição intensa das espécies de peixe – seu principal alimento.
Gilson Pantoja, destacou a importância dessas atividades, parabenizando o Cage pela iniciativa de discutir tal conjuntura. E que estes momentos de discussões e debates façam parte de nosso cotidiano e que nós não somente enquanto acadêmicos de geografia, mas, sobretudo, enquanto cidadãos devemos formar nossas opiniões pautada na criticidade dos fatos e não na mera aceitação destes.

Pedro Silva
Coordenador Geral do CAGE-gestão 2010.

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